Dia de Brincar na Areia!

Mais uma viagem ao país dos tesourinhos com tantas memórias incríveis de dias passados a brincar na areia!

Livre, feliz, despreocupado… no momento… O cheiro a maresia a envolve-nos, o ar magicamente perfumado, uma energia que recarrega as baterias, que cura. O som das ondas na areia, do mar a aproximar-se e a recuar. Cada grãozinho produzindo um som com os demais, como um coro com várias vozes que se vão juntando até se calarem e depois recomeçarem de trás para a frente mas mais rapidamente à medida que a onda se estende na praia. Pequenas gotículas te salpicam, intensificando as sensações e os cheiros e de novo o mar recua levando com ele os pesos que tinhas encima.

De olhos fechados vês tons de laranjas vermelhos e amarelos dançando como dança o sol pela tua pele. E a água fria beija os teus pés… Soltas-te para trás, sentindo a areia fina e quente acariciando os dedos as mãos os braços até que a tua cabeça repousa sobre toda a sua macieza… e sentes-te leve, livre, no momento, nada mais do que tu e aquele aconchegante cantinho do universo… Esticas-te, sentes a areia, enrolas-te em posição fetal, neste ventre de paz e calma e calor e aconchego… e nada mais existe…

A praia, a areia, podem ser mágicas. Milhentos bocadinhos de rocha, que se movem independentes uns dos outros, que um dia foram um e agora se ajustam para nos suster, rodeando o nosso corpo, suportando o nosso peso, exatamente onde preciso. Passam finos por entre os dedos, grãos que escorregam das mãos…

Aos poucos, ao longe, ouvimos uns sons, vozes que nos chegam suavemente e abrimos os olhos e estendemos o olhar por essa imensidão que parece uma só mas são milhentas e vemos luz a rodear uns corpos que também interagem com ela.

Abraçamos as pernas, queixo nos joelhos, e deixamo-nos envolver pelo que nos rodeia, a calma a ser preenchida pelas vozes e pelos risos, um despertar estimulado pela energia, a alegria a preencher-nos. Sem perturbar a nossa paz, sincronizamos nesse momento, a extensão da areia que nos sustenta a ser moldada uns metros à frente, imperturbável como se a sua missão fosse ter estes clusters independentes em que cada um obtém o que precisa: um suporte para desligar, um material para moldar e construir. E as crianças continuam a moldar a areia, a construir um castelo e tu sentes que como a areia tudo são partículas independentes mas no entanto unidas compondo um todo…

A alegria nos seus rostos é contagiante e a doce letargia que te preenchia escorre como os grãos de areia pelas tuas mãos e levantas-te, inspiras, sentes a brisa e as gotículas e sentes a areia a acariciar cada dedo dos teus pés à medida que passo a passo te vais aproximando. Sentas-te perto do castelo e tocas na areia transformada, dura mas moldável sob a tua palma, alisando, soltando os grãos que estavam a mais. Como a leveza de cada grão solto se pode mudar para a firmeza da sua união apenas com algo tão simples como água!!!

Lá vais com um balde na mão, buscar junto ao mar, molhando os pés na imensidão líquida, novo carregamento do precioso material construtor de sonhos, a areia molhada. Como uma imensidão seca e sólida, dispersível, desagregada, se agrega em algo tão promissor, quando misturada com a imensidão líquida!!! Em que será que se transforma cada um de nós, a nossa imensa dimensão quando misturada na imensidão dos outros? Em que é que nos agregamos??

Construído mais um torreão, alisadas todas as paredes, retirámos os resquícios da areia agregada com a imensidão que a agregou e sentimos a brisa a secar-nos as mãos preparando-as para sentir os grãos desagregados de novo. E atrás das crianças colocámos as mãos no chão e fazemos rodas e pontes, caindo sobre a areia, rindo e virando “croquetes”, com areia em cada bocadinho do nosso ser!!!

Feliz Dia de Brincar na Areia!

Be your self – Be your best – Enjoy your life

Partilhar artigo!

Últimos artigos

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *