Rubi, a gatinha preta!

Já escrevi imensas vezes sobre os patudos em geral e até sobre os meus respetivos patudos e creio até que já mencionei a longa e demorada batalha pela conquista da confiança de uma certa gatinha – trabalho facilitado pelas inúmeras horas disponíveis para tal feito durante o confinamento.

Não falei foi do facto desta dita patudinha ser provida de um magnífico e espesso casaco de peles PRETO. Ok, pontilhado por algum branco, mas não deixa de ser maioritariamente preto, o que normalmente condicionaria o seu sucesso na vida.

Infelizmente existe ainda muita superstição no que toca a gatos pretos, considerados como dando azar, usados para rituais ou feitiçarias, os últimos a ser adotados em qualquer ninhada, se chegarem a ser adotados.

Questiono-me se esta gatinha cuja confiança foi tão difícil de conquistar, que mal se aproximava de nós, até aceitava alguma festinha mas fugia a sete pés se pensássemos em pegar-lhe ao colo, era efetivamente mais arisca por ter nascido em liberdade e no exterior, com acesso a locais onde se esconder e árvores para subir ou se sofreu, nesse pequenino espaço de tempo antes de vir cá para casa, algum susto ou mau trato relacionado com a sua cor (ou não) que a impedisse de confiar num humano.

Esta peludinha vem agora voluntariamente dormir umas sonecas ao meu lado, ou dorme no meu colo enquanto trabalho no computador ou pousa a cabeça no meu braço enquanto escrevo no teclado. Já aceita que lhe pegue com muito cuidado para a colocar noutro local ou divisão da casa, mas foi preciso muita calma, paciência, amor, muita conversa reconfortante em tom baixinho para conseguir tal feito!

Sou doida por animais, sempre o fui – coleciono histórias de como mal se olhava para o lado eu desaparecia numa barraca da praia ou numa casa ou jardim que tivesse um cão, ou de como se tinha mais medo da minha falta de medo.

Amo os animais de coração e quando os abordo de coração cheio eles conseguem pressentir que não lhes quero mal: em criança corria para os abraçar (galinhas e coelhos incluídos – fica para outra ocasião a história dos coelhos que viam televisão), em adulta, um pouco mais de precaução, aproximo-me devagar e mostrando a mão para que a cheirem e espero que me autorizem a fazer-lhes festinhas.

Mas a Rubi levou muita mais precaução! Foram 4 anos de conquistas, festinhas à distância, muita conversa baixinho, pegar ao colo para a mudar cms de lugar, pegar para pousar no meu colo, tudo muito muito devagar.

A Rubi teve também um problema gravíssimo de saúde. Sem saber como, de um dia para o outro, a nossa gata esquiva aparece num lugar acessível, fria, sem reação, numa poça da própria urina. Foram semanas assustadoras internada num hospital a 50 km de casa. Não a podíamos visitar todos os dias. Mas lá venceu e creio que percebeu que cá em casa só a vamos amar. Tem andado bem nestes últimos anos mas nunca percebemos o que se passou.

Mas a Gugu, diminutivo de Gu, diminutivo de Ru, diminutivo de Rubi, nada tem de maléfico ou azarado, traz sorte à nossa vida e um orgulho imenso por ter a sua confiança e sermos escolhidos para dormir uma soneca ou uns ronronares baixinhos, umas marradinhas ou festinhas.

Os gatos pretos são como os demais gatos: incríveis! E não merecem discriminação com base em superstições sem qualquer fundo de verdade.

Não descrimines! Adota!

E: Be your self – Be your best – Enjoy your life!

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3 Responses

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