Dia Mundial do Professor


Hoje foi Dia Mundial do Professor. Uma das mais nobres profissões. Celebração ofuscada em Portugal pelos festejos da Implantação da República; ou talvez não, atendendo ao grau de respeito e consideração que atualmente pais e alunos têm pelo professor.

Infelizmente, o direito ao EU tem-se sobreposto ao direito ao NÓS; a dúvida e o receio pela perda desse direito, fazem com que, em caso de dúvida, o direito tenha sido sempre desrespeitado; e obviamente a culpa é do professor. Para muito longe lá ficou a velhinha saída “se o professor te castigou, alguma tu fizeste” e o castigo secundado por um de igual proporção em casa.
O respeito e a educação vinham efetivamente de casa; o professor uma alma quase divina (a par do Padre e do Médico) que trazia a esperança de um futuro melhor – numa época em que estudar era um privilégio e não uma obrigação…

Tornamos o privilégio um direito para todos e daí em diante passou a ser obrigação, talvez porque infelizmente, apesar de tudo, famílias havia que não podiam suportar os custos desse direito, mas se não o apoiassem, lá está, estavam a privar a criança de um direito. E por aí seguimos na defesa desses direitos, com famílias que precisavam do trabalho desses filhos, sobrepondo-se os direitos do EU ao dos do NÓS, e quem já era pobre mais pobre ficou e sob a ameaça de verem os filhos serem-lhes retirados.

Cresceu talvez assim este desinteresse, esta desvalorização do ensino, o desrespeito pelo mestre professor, que de amigo e portador de esperança passou a destruidor de dinâmicas familiares. De levar mais longe o filho mais capaz que um dia ajudaria bem melhor os seus pais e os seus irmãos, contribuindo para a Sociedade, passou a levar para longe todos aqueles, capazes ou não, que poderiam apoiar a família, deixando os pais sozinhos com o encargo de todos, afastando alguns do negócio da família, outros de uma profissão ou arte em que começariam como aprendiz.

Não quero com isto dizer que não sou acérrima defensora do direito à educação!!! Sou, sem sombra de dúvida! Mas, na defesa dos direitos de uns, calcamos os de outros, sem soluções que acautelassem as necessidades de todos. E o professor levou por tabela.
Com o passar dos anos foi aumentando a escolaridade obrigatória e cada vez mais a convicção de que o estudo não será para todos.

Tantas crianças têm dificuldades em se encaixarem neste modelo padronizado que não atenta às suas capacidades e aspirações. Alguns nem sabem a que aspirar, tão certos são os 12 anos de marca passo! E o professor entretanto leva por tabela.

Foram-se criando cursos ou alternativas, um substituto (com algum sucesso pessoal) do velhinho trabalho de aprendiz, mas muitas vezes desfasados da realidade comercial e empresarial, reféns de regras e números mínimos, inundando o mercado de trabalho, tal como os cursos superiores, de massas de profissionais de áreas saturadas, deixando sem alternativas outras áreas e ofícios onde não existe um bom profissional. E o professor vai levando por tabela.

Até os próprios professores, que tantos os há sem aulas para dar, inspirados ou não em inspirar um futuro melhor, ter um pouquinho que dar a levar um, pelo menos um, um pouquinho mais longe, um pouquinho mais perto de acreditar que é capaz!
A todos os colegas professores, velhos, novos, que me inspiraram, que me acompanharam, que inspirei, que tenham tido neste dia um reforço da força que um dia os inspirou a serem professores. E não esqueçam nunca, façam o que façam, Be your self – Be your best – Enjoy your life!

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Uma resposta

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