Desde que entrou a Primavera muitos foram os dias para assinalar o Ambiente: Dia da Árvore, Dia da Água e agora recentemente a Hora do Planeta.
Esta energia de renovação, este acordar da natureza da sua longa hibernação, acorda também a nossa energia, o nosso ânimo, que tem estado em estase. Sentimos a conexão – o fluir – com a natureza – de que somos parte – e como parte, sentimos o chamamento a fazer “a nossa parte”, a dar o nosso, tão necessário contributo. Mais do que contributo. Repor, repor o que tomamos em excesso.
Porque repor faz parte do ciclo da vida, do ciclo das matérias, da famosa lei de Lavoisier “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, porque para ter, limpo, puro, reciclado, temos que devolver à natureza o que tiramos para ela transformar e disponibilizar de volta.
“Do pó vieste, ao pó voltarás”. Nada mais certo! Não como exemplo da insignificância da vida, mas como prova de que fazemos parte de um todo, que muda e se transforma e se converte infinitamente dumas coisas nas outras. Pelo menos esperamos que seja infinitamente, contamos que seja infinitamente, sem ver por vezes que o que “devolvemos” não é o que estava no acordo…
Retiramos rápido demais, aceleramos os processos e devolvemos aquilo que a natureza não tem forma de reciclar para repor no tempo necessário. Retiramos combustíveis fósseis acelerando o ciclo em milhares de anos, devolvemos gases que o planeta não tem capacidade de absorver, e ainda por cima abatemos as poucas árvores que tentam fazer esse serviço. Retiramos minérios acelerando mais uma vez os processos e devolvemos produtos do consumismo exacerbado, restos de maquinarias metálicas que levam centenas de anos a degradar e decompor…
Deixámos uma marca neste planeta, mas não a marca indelével que deveríamos, uma marca de contributo e amor ao próximo.
Deixámos uma pegada pesada, profunda, irreparável.
Talvez.
Porque a natureza tem muita força, um poder incrível de renovação, poder esse que nos mostrou, enquanto o Homem se perdia em tempos de pandemia, uma espécie inteira confinada, e a natureza, apenas em 2 meses renovada!!!
Foi incrível ver os efeitos do confinamento por causa da Covid-19 em 2020! O buraco de ozono quase tapado, as águas azuis límpidas, outras espécies animais a aparecer onde não apareciam há centenas de anos!
Bastou o bicho homem ficar fechado – 2 meses, 2 meses apenas – e a natureza recuperou de tantas aniquilagens e atrocidades que lhe fazemos (não de todas).
Já estamos esquecidos.
A vida segue ao ritmo que lhe damos – frenético – e nem pensamos na espiral desenfreada de desequilíbrio em que nos metemos. PÁRA. PÁRA!
Respira. Pensa. Que dás em troca do que tiras???
Muda.
Be your self – Be your best – Enjoy your life!
