De volta aos tesourinhos


Hoje não temos Dia de… ou quando muito seria Dia de Limpezas ou arrumações. Bem, não Dia mas sim Dias… Após quase um ano por impeditivos de ordem pessoal e profissional, lá ando de novo à rasca da anca (sim, sim, aquela coisa que me obriga a teatralizar cada volta que dou na cama), de volta de caixas e de caixotes, a inventar novas maneiras de fazer tudo caber no espaço existente, de forma minimamente apelativa e que se consiga descortinar onde está o quê!  Inevitavelmente acabamos por encontrar fotos, muitas fotos, de deliciosos momentos passados, uns mais raros do que outros, recordamos momentos que vão tão longe, vemos o quanto cresceram as crianças, vemos os patudinhos que passaram pelas nossas vidas (maioritariamente cãopanheiros) e agora habitam os nossos corações, familiares que estão distantes e só “vemos” graças às redes sociais, vemos aqueles familiares que já são anjos da guarda, vemo-nos a nós próprios noutras épocas que mais parecem outras dimensões…  Por vezes é assustador tomar consciência de realidades que se não fosse o confronto com o “momento Kodak” não teríamos de todo a noção. A nossa imagem de nós próprios é algo de muito complexo, construída pelo nosso cérebro (com que propósito?) de forma que acabamos a ter uma vaga noção da nossa realidade e percurso, mas os “momentos Kodak” dão-nos a realidade nua e crua. As coisas não são como as lembramos e o choque faz falta para nos centrarmos, para nos reposicionarmos, com redobrada determinação, no momento atual e nas decisões que tomamos, e continuar ou pelo menos manter o percurso que decidimos para nós.  Mas nem todos os tesourinhos nos levam a tão profundas introspeções ou choques de realidade. Apesar da também profunda saudade, a maioria dos tesourinhos traz recordações leves, especiais, engraçadas, de momentos que às vezes nem sabíamos ter acontecido, e rimos com os desenhos ou as frases, as cartas e postais que foram escritos, dedicados a nós ou a outros membros da família cujos tesourinhos também nos cabe organizar!  E sim, deixar tudo organizadode fácil acesso para recarregamentos de alma futuros, para além da organização do espaço, também é muito importante!!! Não é só limpar, arrumar, purgar e doar.  Se não fica tudo acessível de forma a ser utilizado, também não vale a pena o trabalho! A casa, o nosso lar, as nossas coisas têm que nos rodear e apoiar, melhorar o nosso dia-a-dia, facilitar a nossa vida, encher a alma de alegria, e não nos soterrar em tralha, confusão, em coisas que nos sugam a energia e nos prendem, em vez de nos ajudarem a viver.  Por isso sim, limpar, arrumar, purgar e doar, e o que fica, devidamente arrumadoleveacessívelinspirador!!! Boas mudanças!  Be your self – Be your best – Enjoy your life!

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