A Tagarelice de hoje volta às origens e ao conforto imprescindível que a ergonomia nós dá!!! Voltámos atrás mas estamos à frente, trazendo para a dia-a-dia o que outros profissionais inventaram para algo que para muitos da nossa geração é brincar (gaming)!
Cotices à parte, independentemente do motivo, longas horas sentado numa cadeira em frente a um computador, seja desporto, profissão ou lazer, exige equipamentos resistentes, devidamente reforçados, adequados a adaptarem-se a várias posições (do sentado ao deitado), pois o nosso corpinho não foi feito para estar 8h em forma de L.
Já agora, também não foi feito para ficar “congelado” numa posição retorcida apenas a mexer um dedinho ou o pobre pulso no fim do retorcido braço (e é o que acontece com a maioria dos ratos). Túneis cárpicos para cima ou para baixo, posições retorcidas mantidas, repetidas, dias e dias seguidos, obviamente levarão à inflamação – pimba, vamos à faca.
E se fosse possível nada disto acontecer?? É assim de tão fácil: é escolher o rato anatómico, ergonómico, que permite que o pulso assente num suporte e a mão predominante tenha os botões necessários, necessariamente debaixo dos respectivos dedos, tudo no fim de um braço que fica relaxado na sua posição anatómica natural! E porquê mão predominante? Porque para tudo bater certinho, o bicharoco-rato tem de ter os botões girados para o lado dessa mão como acontece com os ratos verticais ou os ainda melhores ratos-rã! É que os velhinhos antiguinhos eram inclusivos, ambidextros, e tinham o condão de fazer adoecer tanto dextros como esquerdinos pois ou se rodava para a esquerda ou se rodava para a direita mas um braço e respetivo pulso torcidos era garantido!
E mesas para trabalhar em pé? O quê? Trabalhar em pé??? Agora sou logista??? Bem, como expliquei aqui na Uma ovação de pé – a ti próprio!, sim, tudo o que é demais é moléstia, o que inclui demasiadas horas parado em pé e demasiadas horas parado sentado! O bicho-humano foi feito para se mexer e mexer deveria ser possível ao longo do dia de trabalho.
Do que mais gostei até agora foi da possibilidade de trabalhar em pé e ir alternando sentada. Sou naturalmente muito mexida por isso ter o “set-up” preparado para estar em pé, é perfeito para ir voando de tarefa em tarefa. Quando é uma tarefa mais demorada e que exige concentração, pronto, convém sentar!
Já sabem que sou sentimentalona e obviamente que fiquei com a secretária de madeira maciça e nove gavetas infindáveis que era do meu avô – o tempos eram outros, as dimensões também, e uma cadeira ergonómica só cabe se lhe tirar os braços… eu tentei, não chega suficientemente à frente, as dores de pescoço eram insuportáveis por isso, fora com os braços da cadeira (nada que uma chave de fendas não resolva).
Já o trabalhar em pé é que não tem sido possível mas ando a investigar da possibilidade de instalar um suporte com elevador elétrico que levante toda a mesa para eu me poder pôr de pé – um verdadeiro sonho para quem tem PC fixo e vários ecrãs e montanhas de papelada semeadas à volta! Para o pessoal dos portáteis é muito mais fácil, é só levantar o portátil colocando um suporte por baixo ou ter uma mesa já com os 2 desníveis e vai trocando entre eles.
Pelo menos o meu bracinho, pulso e ombro nunca mais se queixaram e já lá vão uns seis anos com o meu ratinho vertical. Talvez um rato-rã fosse melhor mas não tenho tido queixas e sentimentalona como sou, não vou largar o bicharoco enquanto não me morrer nos braços! É que continuei a minha pesquisa e encontrei estudos médicos muito interessantes sobre a posição do braço ao trabalhar com o rato de computador explicando que o rato vertical, pois, traz um alívio (porque muda a postura do braço e alivia a compressão), mas não proporciona a postura de trabalho ergonómica anatómica real, mas ainda não tive a coragem de experimentar este. Devo dizer que não estou de todo cética mas adoro meu rato “sapo”…
Sou muito apegada emocionalmente às minhas coisas… sei que os maltrato e os afasto com trabalho, mas convenço-me de que está tudo bem porque eu os amo também!!! Mas isto nem sempre é certo e às vezes eles morrem nos meus braços como o meu PCzinho portátil que me permitia trabalhar em pé porque o levava para toda a parte!
Choraminguices à parte a verdade é que o Homem não foi feito para ficar espartilhado oito, dez ou mais horas, preso entre cadeira, rato, secretária, sem grande possibilidade de se mexer, ou perde a imprescindível produtividade. É importante pelo menos procurar que o espartilho seja o mais anatomicamente adequado e escolher uma mesa que possa subir e descer, uma cadeira devidamente acolchoada e que se possa ajustar em várias inclinações, o tal ratinho de que já falámos e não esquecer o repouso de pés que não, não é para os pés não terem friinho nos longos dias de inverno, mas sim para que se obtenha uma posição correta que permita uma melhor circulação sanguínea evitando também as varizes, tromboflebites e até a tão interessante obstipação intestinal!
Sejam maníacos da perfeição, sejam maníacos da produtividade mas sejam também maníacos do “EU”: EU vou cuidar de mim, EU vou estar bem, EU vou estar no meu melhor!
Be your self – Be your best – Enjoy your life!
P.S. Como eu ontem não estava no meu melhor, saem as publicações hoje, com o amor e carinho de sempre!