FESTIVUS, embora seja um post sobre o Natal…

Com tudo o que se está a passar, um Natal com restrições legais, morte e pânico por todo o lado, precisámos realmente de uma festividade para pôr todas as nossas mágoas para fora e purgar a nossa alma para o Natal ou apenas para festejar porque nos apetece. De certeza que os velhadas se lembram de tal festividade: um “Arejar de Mágoas”, umas “Façanhas de Força”, um poste de alumínio e um jantar de rolo de carne… Sim! Tu lembras-te! FELIZ FESTIVUS!!!!
Bem, para vocês crianças, mais novas que os anos 90’s, o FESTIVUS é uma festividade eternizada pela série de televisão “Seinfeld” dedicada a todos aqueles que se sentem de fora porque não festejam o Natal ou o Hanukkah ou o Kwanzaa ou o Ramadão ou o Diwali ou que apenas precisam de uma desculpa para festejar! Em vez de uma árvore, um poste de alumínio sem decoração é o símbolo do Festivus que é celebrado com um jantar de rolo de carne seguido das “Façanhas de Força”.
Mas a tradição mais importante do Festivus, o ponto alto de todas as celebrações, é o “Arejar de Mágoas”. Este é o momento especial em que podes dizer a alguém quão desapontado estás com tudo o que fez ou não fez durante o ano que passou. Não é divertido!? Com certeza uma data para lembrar e celebrar ao longo dos anos! Aposto que, de coração limpo, com todas as mágoas em cima da mesa, tudo às claras, tudo dito e feito, as pessoas se dariam muito melhor, porque este é um Natal diferente, talvez um para refletir em certas coisas, como “Precisámos realmente de toda esta tralha comercial?” ou “Como eu queria ter toda a família à volta da minha mesa…”
Nestes últimos anos, perdi o meu amor pelo Natal. Costumava ser a minha época do ano favorita: embrulhava todos os presentes com redobrado carinho, pensando em especial na pessoa para quem eram, e que foram comprados algures em Agosto quando vi aquela prenda perfeita; vestia as cores do Natal e usava meias de Natal; cantava constantemente canções de Natal; punha a árvore lá para 1 de Novembro, decorava a casa toda e começava a desejar Feliz Natal a toda a gente a partir daí – era uma época muito especial. Mas depois, aos pouquinhos, as meias foram ficando para o fundo da gaveta, não havia mais canções, não havia “Feliz Natal!!!!!” e até a árvore ficava tristemente montada o ano todo. A única coisa que se mantinha era a Ceia de Natal e o Almoço de Natal em família, a vermos juntos os mesmos filmes de sempre com profunda gratidão por terem preparado tudo e apenas me receberam.
Pensava que era porque estava a ter problemas muito complicados no trabalho que me deixavam tão cansada e desligada de tudo, mas começo a pensar que talvez realmente se devesse ao Natal estar a perder a sua magia e aconchego familiar, para passar a ser uma coisa comercial. Se a família não pode estar toda junta independentemente de onde vieram as sobremesas e o cabrito ou se há presentes para os adultos, então não é Natal.
Não me interesso realmente pelos presentes. As pessoas são os presentes! Há uma pequena história a circular no Facebook que expressa exatamente isto: “Quando eu era criança perguntei à minha mãe o que queria de prenda de Natal e ela respondeu “Saúde e que não falte não falte ninguém à mesa”. Respondi “Isso não é um presente a sério!” mas agora compreendo o que ela realmente quis dizer!” E é realmente verdade. O verdadeiro significado do Natal é que nos juntemos todos e de que ninguém falte à mesa!
Este ano muitos vão faltar, devido ao Covid-19 ou devido às restrições… Celebremos com a família nuclear e a família alargada por video-chamada para que no próximo ano todos nos possamos sentar a uma mesa! E por agora, vamos chutar isto tudo no rabo e ter um grande FESTIVUS!