Uma ida estratégica às boxes ou O Discurso da Preguiça


Num dia em que estou particularmente cansada (e vamos ainda a meio da semana e parece que já levei várias coças) surge aqui a oportunidade de fazer algumas deambulações pelo que é a preguiça. Tivemos na passada segunda-feira o Dia Internacional da Preguiça e é interessante constatar que o objetivo do dia é lembrar que o descanso é importante para o bem-estar pessoal, sendo por vezes melhor descansar e não fazer mesmo nada, do que insistir em fazer algo. Seria por assim dizer uma pausa programada, uma ida estratégica às boxes. Embora para mim a preguiça não seja algo positivo, quase um sinónimo de incompetência, ou procrastinação, um defeito (visão muito pessoal e obviamente aplicada à própria pessoa), confesso que “preguiçar” já se reveste de um carácter mais positivo, animador, recompensador, no campo do “prémio por um trabalho bem feito”. E se considerarmos então o ato de es-preguiçar – processo biológico de ativação e energização do organismo (nada como uma boa espreguiçadela para começar bem o dia) – às tantas a tal da preguiça não será assim uma coisa tão má… Lá está! Não concordo quando me dizem que todas as segundas-feiras parecem o dia da preguiça (embora compreenda que por vezes possa ser mais difícil “arrancar” no início da semana), mas a verdade é que existe um dia especial para esta capacidade de ser incapaz. E se não fosse o trabalho ou o estudo seria um excelente dia para explorar a arte do “dolce far niente“! Mas não podemos deixar de ter em conta que o nosso organismo, a nossa mente (para não dizer a nossa alma), precisam de pausas ativas, de momentos em que embora acordados nos seja possível relaxar, descontrair, mudar de ritmo, sair do foco, sem esperar que todo o descanso venha do (muitas vezes) dormir (mal). Para resistentes como eu, o segredo do dia da preguiça é pensar que ao não fazer nada, já se está a fazer algo! Ao parar nas boxes na realidade estamos a afinar a máquina para daqui a pouco arrancar eficientemente em alta velocidade. E pelo meio devemos apreciar o processo, o trocar dos pneus, o abastecer do tanque, o afinar da direção ou como quem diz tomar consciência do nosso corpo, da nossa respiração ou talvez nada disso! Uma sugestão de atividade para esse dia (que com jeito poderia ser como o Natal ou seja “quando o Homem quiser”), porque poupar energias é uma obrigação, é deitar-se na relva cortada ou nas dunas acariciadas pela brisa e admirar o passar das nuvens com um sorriso nos lábios! Já se chove, ok, porque estamos em tempo disso, podemos sempre deitarmo-nos dentro de casa, num bom colchão ou sofá. O trabalho e as obrigações ficam para os outros dias do ano – ou mais daqui a um bocado, que agora a tarefa é outra! Be your self – Be your best – Enjoy your life

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